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Junta Militar de Mianmar proíbe igrejas de exibirem cruzes e exige lista de membros

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A Junta Militar de Mianmar continua reprimindo o cristianismo no país, em meio à guerra civil entre o exército e as milícias rebeldes.

Desde quando tomaram o poder em Mianmar, em fevereiro de 2021, os militares têm governado sob um regime budista-nacionalista, prendendo pastores, destruindo igrejas e vigiando cristãos.

Recentemente, a Junta impôs novas restrições às igrejas em Sittwe, capital do estado de Rakhine. 

A polícia proibiu os templos de exibirem cruzes. Além disso, as igrejas devem pedir autorização prévia das delegacias de polícia locais para realizarem cultos e enviar uma lista dos participantes.

“No mês passado, instalamos uma cruz, um símbolo de nossa fé, para identificar a igreja cristã aqui, mas a polícia veio e exigiu que ela fosse removida”, relatou um cristão, que não teve o nome revelado, em entrevista ao International Christian Concern.

“Nós oramos antes de colocá-la, então nos recusamos a retirá-la nós mesmos e, em vez disso, pedimos que a removessem”, acrescentou ele.

Mesmo possuindo uma licença das autoridades para funcionar, a partir de agora, a igreja do cristão terá que enviar às autoridades um relatório com os horários das reuniões e os nomes dos membros.

Em áreas controladas pela Junta Militar, a preocupação com a liberdade religiosa aumentou entre os cristãos.

Liberdade religiosa afetada

“Em junho, o Exército Arakan deteve cinco pastores cristãos locais em Kyauktaw”, denunciou um morador de Sittwe. 

“As comunidades cristãs locais estão cada vez mais preocupadas com sua capacidade de adorar livremente”, lamentou.

Mianmar ficou em 17º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão. Conforme a missão, o país lidera o ranking com o maior número de igrejas fechadas.

Em janeiro deste ano, uma igreja foi bombardeada após um ataque aéreo em Mianmar. Conforme a Portas Abertas, o ataque ocorreu no vilarejo Kanan, nos limites da cidade de Sagaing.

Ao menos 17 pessoas foram mortas, incluindo nove crianças. De acordo com o Mission Network News, 11 das 17 vítimas eram cristãs.