Quatro pessoas, incluindo um cristão, foram decapitadas por extremistas que se acredita serem do Boko Haram, na Nigéria, recentemente.
O grupo islâmico divulgou o vídeo da execução, no estado de Borno, no nordeste do país. Nas imagens, um terrorista armado, vestido com uniforme, informou que uma das pessoas que ele decapitaria era sua irmã mais nova.
“Ela faz parte dos infieis que vamos aniquilar hoje”, disse. Ele continuou, dizendo que também mataria se fosse sua mãe ou seu filho, qualquer um “que vá contra nossa religião”.
Antes de matar as vítimas, o terrorista ameaçou: “Onde quer que haja um infiel, iremos encontrá-lo por nós mesmos e executá-lo”.
De acordo com a Missão Portas Abertas, se acredita que pelo menos uma das vítimas era cristã. A religião das outras três pessoas mortas não foram confirmadas.
Comunidade cristã vulnerável
Na Nigéria, os cristãos têm sido alvo de ataques extremistas, porque são considerados “infieis” por seguirem Jesus.
“Os extremistas do Boko Haram disseram claramente que estão travando uma jihad contra pessoas que chamam de ‘infieis’ – ou seja, qualquer um que não assine sua interpretação extrema do Islã”, explicou John Samuel*, especialista jurídico da Portas Abertas para a África Subsaariana.
“Algumas das pessoas no topo desta lista, então, são cristãos que são alvos claros por causa de sua fé”.
Segundo dados da ONU, cerca de 35.000 civis foram mortos e mais de dois milhões foram deslocados na região nordeste da Nigéria, devido a violência islâmica.
Mesmo com a onda de ataques, o governo nigeriano pressionou os deslocados internos para que voltassem para casa.
“As autoridades ofereceram incentivos aos retornados, como cestas básicas ou pagamentos”, relatou John.
“Os cristãos deslocados estão muito relutantes em retornar por causa da insegurança contínua e das minas não detonadas plantadas em suas aldeias. Alguns cristãos que retornaram foram atacados por militantes e fugiram novamente”.
A Nigéria ocupa a 6ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas, de países mais difíceis para ser um cristão.
*Nome alterado por motivos de segurança.