O principal treinador de um time de futebol americano está sendo coagido por ateus a deixar de orar e realizar atividades cristãs nos Estados Unidos.
As ações contra o cristão Deion Sanders, treinador do Colorado Buffaloes, começaram após uma oração pós-jogo com o time depois da vitória sobre a Baylor University no mês passado.
A organização ateísta Freedom From Religion Foundation (FFRF), enviou uma carta à universidade contrariando as atividades religiosas do treinador.
Segundo o site da FFRF, a organização protege aqueles que se identificam como livres de religião e defendem o “querido princípio” da separação entre Estado e igreja. Seus objetivos são promover esse princípio e educar o público sobre questões relacionadas ao não-teísmo.
“Estar livre de religião é uma vantagem para os indivíduos; é uma necessidade para o governo”, alega Anne Gaylor, principal fundadora da FFRF.
Em um vídeo, o técnico aparece reunido com o time e declara: “Se você não acredita no Senhor, é melhor acreditar Nele agora”.
Em seguida, o pastor E. Dewey Smith, da House of Hope Church em Atlanta, Geórgia, fez uma oração agradecendo a Deus pela vitória:
“Deus, agradecemos esta noite pela vitória, obrigado por nos manter seguros. Obrigado que, apesar de nossas imperfeições, você ainda nos abençoou, Senhor. E obrigado por estar conosco até o fim”.
E continuou: “Senhor, algumas pessoas chamam de Ave Maria, algumas pessoas chamam de carma, algumas pessoas chamam de sorte, mas na minha tradição de fé, chamamos de Jesus”.
Intolerância religiosa
Na carta da FFRF, a advogada Samantha F. Lawrence afirmou que o pastor Smith parecia estar atuando como capelão da equipe, apesar das orientações que a universidade divulgou em janeiro de 2023 dos “limites sobre como jogadores e treinadores podem ou não se envolver em expressão religiosa”.
De acordo com a FFRF, Sanders estava ciente das orientações da instituição e parecia receptivo.
Segundo Lawrence, a equipe do treinador Sanders é composta por atletas e estudantes que têm muito a perder se decidirem não participar de atividades religiosas que ele propõe, as quais considera serem inconstitucionais.
“A equipe do treinador Sanders está cheia de atletas e estudantes que não arriscariam perder suas bolsas de estudo, o tempo de jogo ou uma recomendação favorável do treinador, mesmo que possam discordar fortemente das crenças e práticas religiosas exigidas”, declarou
E continuou: “Os treinadores exercem grande influência e poder sobre os alunos que seguem a sua liderança. Usar uma posição de treinador para promover o cristianismo equivale a uma coerção religiosa inconstitucional”.
“A Universidade do Colorado deve novamente tomar medidas para proteger os direitos de seus estudantes atletas da Primeira Emenda. O treinador Sanders precisa entender que foi contratado para treinar futebol, não para forçar estudantes atletas a se envolverem em suas práticas religiosas preferidas. Ele deve parar de infundir o programa de futebol com o cristianismo. Solicitamos notificação por escrito das ações que a universidade está tomando para garantir que o treinador Sanders deixe de fazer proselitismo de estudantes de atletas para sempre”, acrescentou.
A Universidade do Colorado não respondeu de imediato na última segunda-feira (28) ao ser solicitada a comentar sobre a carta de demanda da FFRF.
A FFRF solicitou que a universidade fornecesse todos os registros do programa de futebol, da universidade ou do departamento de atletismo relacionados ao envolvimento do pastor Dewey Smith com o time, planos de viagem, itinerários e registros financeiros, como pagamentos e reembolsos feitos a ele.
Também foram pedidos registros de todas as políticas e documentos fornecidos ao treinador Sanders sobre “fazer observações religiosas, conduzir ou liderar orações, promover a religião ou de alguma forma envolver o Programa de Futebol com práticas religiosas em sua função de treinador principal”.